Como “vender” a pauta é tema de discussão diário dentro das agências.
Assessor de Imprensa é um estrategista por natureza e, nas entrelinhas, pode ser considerado um vendedor. Somos responsáveis por conhecer muito bem nosso cliente, os veículos e o perfil de público, para propor pautas adequadas ao produtor/jornalista.
Nosso papel não é ser disparador de releases ou importunador de jornalistas.
Nós temos que entender quem é o público daquele veículo e como é possível propor uma pauta que seja de interesse público e não apenas do interesse do cliente.
- Quando uma startup cresce dez vezes em dois anos, amplia a sua capacidade produtiva e gera emprego e renda para São João da Boa Vista – SP, ela pode sim ser capa do Valor Econômico.
- Na outra ponta, quando uma psicóloga busca uma solução para tratar fobias e por ser algo ainda inovador, ela tem a possibilidade de explicar a diferença de medo e fobia no Encontro | Globo. Isso é sim um serviço para a população.
- E quando uma cooperativa oferece suporte técnico e o cooperado ganha o prêmio de máxima produtividade e acaba virando matéria da Forbes, pode inspirar e ensinar outros produtores rurais.
- Interessante também é a população paulista descobrir que a 200 km da capital acontece o Festival da Jabuticaba de Casa Branca – SP, que a cidade tem mais pés de jabuticaba do que habitantes e que a colheita do fruto é responsável por gerar emprego e renda para a região e que é possível experimentar muitas iguarias originadas da fruta. Tudo isso em uma matéria no Bom dia São Paulo.
Cada pauta tem uma história e uma estratégia.
Bom relacionamento com jornalista é o básico do básico e a questão é o quanto a pauta pode ser relevante e estruturada para o público daquele veículo. O Assessor de Imprensa precisa aprender a entender as informações do mídia kit para avaliar se aquele veículo conversa com a pauta que ele está tentando vender. Não existe pauta excepcional se você não entende os dois lados para oferecer uma exclusiva de qualidade.
Fazer disparo em massa não gera resultado extraordinário e ainda tem assessores reclamando que o problema são os veículos de comunicação e não a qualidade das pautas oferecidas.
No processo de planejamento, conheça a fundo os veículos e entenda quais editorias aquele jornalista cobre, acesse o Mídia Kit e entenda se aquele espaço conversa com a atuação do seu cliente e o perfil de público deles.
O Blog da Pirapora do Bom Jesus apresenta quantidade no relatório mensal e não gera conversão para o cliente. Qual é a necessidade de ter esse veículo?
Cliente, você também é responsável por isso e acredita que quantidade é melhor que qualidade. Uma pauta bem feita e emplacada em Tier 1, 2 ou 3 vale mais do que 50 inserções Ctrl + c e Ctrl + v em veículos sem audiência.
Uma coisa é ser um veículo segmentado e ter uma baixa audiência, mas em contrapartida conversar com o público da marca. Outra coisa bem diferente é publicar em todos os veículos possíveis apenas para ter volume de publicação.
Repito: o assessor é um estrategista e seu papel é entender os veículos, o cliente e se aquela pauta é boa. Quando o assessor tem na ponta da língua dez mil desculpas para não emplacar no veículo X, Y ou Z, desconfie. O correto é saber se aquela pauta conversa com aquele veículo e se é de interesse do público.
Assessor é, antes de tudo, um repórter investigativo e precisa buscar as pautas mais estratégicas para ter acesso aos veículos. Não podemos ficar chateados com cada “não” e pensar que, às vezes, a pauta não é tão incrível. É preciso repensar, reavaliar e entender se a “venda” da pauta foi adequada ou se realmente é necessário repensar todo o conteúdo proposto.
Aceitar que a assessoria é um trabalho de construção é essencial.