O perfil em transformação do Assessor de Imprensa

Com habilidades estratégicas, conhecimento diversificado e domínio de tecnologias, o assessor de imprensa é um profissional em constante evolução para atender às exigências do mercado

Assessor de Imprensa é profissional em transformação e precisa repensar, de tempos em tempos, as soft skills e hard skills, alinhado ao momento e às exigências do mercado.

O assessor tem evoluído, em conjunto com o mercado, para ser um mediador estratégico capaz de propor pautas relevantes e interessantes para o cliente e o veículo de comunicação.

O disparador de release hoje em dia é uma ferramenta que pode ser adquirida por meio de uma licença (I’MaxPress ManagerComunique-se entre outros). O assessor que se limita a escrever release e disparar via ferramenta, sem avaliar estrategicamente a viabilidade daquele material, está fadado ao fracasso. Precisamos, desde sempre, estudar o perfil do público do cliente e do veículo para entender a possibilidade de match entre os dois.

O trabalho de um assessor de imprensa não pode ser definido como um “trabalho de formiguinha”, e precisamos avaliar que cada vez mais é uma atividade estratégica que exige novas habilidades profissionais. Falar que é papel do assessor garantir que a imagem de uma organização ou indivíduo seja positiva na mídia é válido, só que é preciso propor um diálogo mais amplo sobre o trabalho que está sendo executado dentro das agências de relações públicas.

Escrever cinco atributos essenciais do perfil do assessor de imprensa não pode ser limitado às habilidades de comunicação, conhecimento do setor, relacionamento interpessoal, ser fluente em línguas (inglês e espanhol) e habilidades de organização, tendo em vista que esses são itens tão básicos que não deveriam nem entrar como um ponto forte em uma entrevista de emprego.

O mercado exige cada vez mais do assessor, e é preciso entender o quanto o perfil profissional deste cargo tem sido modificado, dentro do mesmo resultado que é gerar boas matérias jornalísticas.

O resultado continua sendo gerar mídia espontânea ou gerenciar uma crise, só que na outra ponta, o processo para chegar no coeficiente da publicação agora depende de inúmeras variáveis, e a partir do resultado inicial, é preciso entender o retorno sobre o investimento (ROI), fazer mais alguns cálculos, reforçar nas redes sociais a participação na matéria, validar se a mensagem chave foi transmitida, pesquisar no Twitter se o material não foi criticado ou por acaso viralizou negativamente e propor novos ajustes para o porta-voz.

Quando a matéria vai ao ar ou é publicada, o trabalho não termina, e o assessor precisa mostrar que todas as horas destinadas para aquele resultado foram relevantes. É preciso ainda mostrar quais são os frutos colhidos com aquela inserção provando que a sua atuação é fundamental para o fortalecimento daquela instituição.

Os três grandes diferenciais do assessor de imprensa neste cenário são: estratégia, aprimoramento constante em assuntos e áreas diversas e tecnologia. 

Estratégia é arroz com feijão nos dias atuais, e é preciso estudar jornalismo, relações públicas, marketing, gestão e unas cositas más para estruturar um planejamento adequado para atender aos objetivos de curto, médio e longo prazo. O assessor precisa ser um estrategista por natureza e deve entender cada negativa como uma oportunidade de propor caminhos mais interessantes para a pauta, o cliente ou a carreira. KotlerSun TzuSeth GodinNicolau MaquiavelBianca Marder DreyerLuiz Alberto de Farias, PhD, LDElisa Kopplin FerrarettoLuiz Artur Ferraretto  entre outros pode ser grandes aliados, e não é possível aceitar apenas a leitura dos conteúdos nacionais, tendo em vista que existe muito material que ainda não foi traduzido e é relevante para propor novos olhares em relação ao trabalho que temos executado em terras tupiniquins. O supra sumo é que o assessor precisa ser capaz de desenvolver uma estratégia de comunicação eficiente para atingir os objetivos do cliente. Isso inclui avaliar o ambiente competitivo e as oportunidades de mercado, identificar as mensagens-chave para a organização ou indivíduo e selecionar os canais de mídia mais adequados para alcançar o público-alvo, e como colocar tudo em prática com orçamento sendo reduzido todos os anos e metas sendo ampliadas todos os meses.

Assessor é, antes de tudo, jornalista (ou relações públicas) e precisa, de tempos em tempos, relembrar o lado repórter para investigar o mercado e como é possível integrar temas diferentes na mesma pauta, até para tirar da cartola ideias jornalísticas de pautas que fazem brilhar os olhos dos produtores de plantão. Em cenário de COVID, por exemplo, era preciso ser sagaz para emplacar pautas que não tinham relação com a pandemia mundial. Essa é uma habilidade recorrente do assessor, que precisa driblar as datas comemorativas, as quais fazem todas as pautas caírem em segundos quando algum acontecimento histórico acontece no Brasil ou no mundo.

O assessor tem como habilidade essencial a criatividade e, para propor pautas relevantes, é preciso ter repertório e isso, companheiros de jornada, exige tempo, dedicação e paciência. Agora, a tecnologia é questão de sobrevivência e não tem como entender mais ou menos ou saber o básico. É preciso evoluir junto com as ferramentas em cenários de budgets apertados, que exigem cada vez mais dos profissionais e pagam cada vez menos. O problema não é da empresa, agência ou do cliente; é uma questão mundial que discute constantemente como reduzir custos e aumentar a entrega.

Não culpe nenhuma agência e entenda que o mercado é cada vez mais enxuto. Se temos a tecnologia como aliada, podemos transpor barreiras e propor sempre soluções. Softwares de gestão acabam por transformar o nosso dia a dia e auxiliam para que não percamos nenhum prazo. Assessores são profissionais que vivem em função de agendas, prazos e relacionamentos presenciais ou online.

Se pudesse dar um único conselho, é que tomem cuidado com o excesso de WhatsApp e que não sejam invasivos com as próprias vidas ou dos companheiros de profissão com mensagens indevidas em horários inoportunos. 

O Assessor de Imprensa deste ano não será o mesmo que emplacará as pautas da próxima década se não entender que o mercado está em processo de evolução. É o nosso papel entender as mudanças e como nós podemos escrever os novos capítulos em conjunto com as adequações do mercado de comunicação. Cada assessor irá escrever um capítulo que pode ser a lápis, com caneta tinteira, no notebook ou no smartphone enquanto está no caminho para mais um curso de especialização. Você é quem irá escolher! 

Conteúdo publicado originalmente no Linkedin. 

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